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Equipe ao lado do homenageado, o cineasta pioneiro Lula Gonzaga. Foto: Sirleide Souza/Divulgao |
Trs anos aps a sua ltima edio e j consolidada como uma poderosa iniciativa de formao audiovisual, a Mostra Cinema na Mata — Curta a Palavra retorna ao municpio de Amaraji, na Mata Sul de Pernambuco, de hoje at sbado, com exibies de curtas pernambucanos no Ptio de Eventos Valmir Soares. Pela primeira vez, o festival traz tambm sesses infantis, alm das oficinas de cineclubismo, cartonaria e videopoesia, que rolam desde segunda.
O homenageado desta edio o cineasta Lula Gonzaga, Patrimnio Vivo de Pernambuco e pioneiro no estado em desenho animado. Ele mantm em Gravat o Muca, primeiro museu brasileiro com acervo dedicado animao nacional. A celebrao faz parte da temtica escolhida para o evento: Memria, Tradio e Territrio, que valoriza grandes mestres.
Idealizadora da mostra, a cineasta, escritora e jornalista Clara Anglica assina tambm a curadoria e coordenao artstica. H 15 anos trabalhando com projetos culturais, ela se prepara para lanar ainda em 2025 o curta de animao Benjamin na Roa, ambientado na prpria Amaraji e escrito a partir da vivncia com seu neto Benjamin no stio em que mora.
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Foto: Cleodon Coelho |
Em conversa com o Viver, Clara afirma que o festival uma consequncia natural de um trabalho anterior. “Tnhamos um projeto chamado Livros Andantes, em que percorramos os assentamentos fazendo emprstimos de livros, contaes de histrias e criaes de bibliotecas”, relembra. “Queramos mostrar s pessoas que dos livros tambm podem sair filmes, e dos filmes, livros. A curadoria privilegia muito a palavra. Buscamos maneiras de estimular a formao de pblico e a novidade da sesso infantil est no centro disso tudo”.
Os 13 episdios da srie Bia Desenha, de Neco Tabosa, um dos destaques da programao para os pequenos, amanh e sbado, enquanto os seis filmes programados para a sesso noturna do ltimo dia trazem apenas mulheres como protagonistas, como a Mestra Leninha de Taquaritinga, Alexina Crspo, das Ligas Camponesas, e Maria Jos Marques, pioneira do maracatu rural.
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Foto: Ruan Pablo |
Coordenadora da mostra juntamente com Clara, a pedagoga J Conceio exalta a importncia da descentralizao do cinema e do reconhecimento que os jovens tm de sua prpria realidade a partir do contato com a tela grande. “ uma formao tanto para eles como para os seus professores, j que, atravs do cinema, a leitura acaba sendo incentivada. Como pedagoga, este um trabalho que me d muito prazer, principalmente quando eu percebo que o interesse deles se reconhecerem na tela j algo genuno”, completa, celebrando um projeto que, a cada nova edio, reafirma seu poder transformador.