 | |
Disney /Divulgao |
a partir do prisma feminino que um universo amplamente conhecido da iconografia brasileira reapresentado em Maria e o Cangao, que chega nesta sexta ao catlogo da Disney+. Em papel de forte transformao fsica, alm de ntida entrega emocional, sis Valverde incorpora a mulher mais importante de um grupo que, at ento, era inteiramente masculino.
Dividida em seis episdios, a srie inspirada no livro Maria Bonita: Sexo, Violncia e Mulheres no Cangao, elogiada biografia escrita por Adriana Negreiros, que revela o carter transgressor da companheira de Virgulino, o lendrio Lampio (interpretado por Jlio Andrade). No elenco principal figuram ainda os pernambucanos Rubens Santos, Isadota Melo, Mohana Ucha e Chandelly Braz.
Maria e o Cangao dirigida por Srgio Machado (de Cidade Baixa e Arca de No) e acompanha Maria Bonita e o bando de Lampio em seus ltimos dias, mostrando as violncias e dificuldades sofridas pelas mulheres do grupo, sobretudo pela perspectiva da maternidade, dentro desse cenrio de fuga constante, brutalidade e escasss. Com a rigorosa fotografia de Adrian Tejido, responsvel por Ainda Estou Aqui, a srie possui uma ambincia bastante cinematogrfica e cenas de ao que tentam se equilibrar entre a empolgao e o senso real de tragdia.
 | |
Disney /Divulgao |
Em entrevista exclusiva ao Viver, Srgio Machado afirma que descobriu o livro atravs de Wagner Moura, que era inicialmente cotado para adapt-lo junto com ele. "Ele estava encantado com essa obra e, por questes de agenda, essa partipao direta dele acabou no acontecendo. Mas, desde que li, fiquei encantado da mesma forma. Western meu gnero favorito, em particular na sua variao 'nordestern', que so os filmes de cangao, e adorei essa ideia de mostrar uma histria to masculina pelo prisma das mulheres", conta o diretor. "Montamos uma equipe muito feminina tambm na produo, muito atenta a esse drama central das cangaceiras com relao maternidade, que se torna o elemento principal do roteiro", complementa Srgio.
No mesmo papo, sis exalta a importncia de mostrar o sofrimento das mulheres em uma histria que marcou toda a cultura nordestina. "Eu tenho um imenso respeito pelo Srgio e o envolvimento dele foi um dos principais motivos para que eu aceitasse fazer o papel. Para mim, essencial contar a histria sob o vis dessas mulheres, com toda a dor, erros e acertos de personagens que, na maioria das vezes, no tinham voz", destaca. "Em uma poca em que a regio era totalmente esquecida e com o limitado, importante que a gente retome assuntos como este e no esconda a histria que de fato ali aconteceu".
Caracterizada at os dentes como uma autntica Maria Bonita, a atriz explica o enorme desafio de incorporar personagens histricos, enaltecendo o trabalho de toda a equipe e elenco para reconstruir seus os. "Quando conseguimos chegar perto de fazer jus ao que eles foram, uma vitria. Nosso trabalho na srie foi nos aproximar ao mximo de todas aquelas mulheres. Espero que o pblico mergulhe tanto na histria quanto ns", torce sis, que, em Maria e o Cangao, d vida ao suor, sangue, luta, fora e medos daquela que era consagrada como a Rainha do Serto.